terça-feira, 10 de maio de 2011

Olhar sem ver, ver sem olhar...

Atiras-me com esse olhar,
Arrebatas-me sem pedir licença.
Olhos capazes de petrificar,
Sem te ver sinto a tua presença.
Olhas-me, analisas-me, provocas-me,
Eu apenas me tento esconder,
Vês-me, observas-me, excitas-me,
Eu apenas tento não ceder.
Eu vejo-te e revejo-te,
Olho cobiço e espreito.
Tento não te faltar ao respeito,
Mas fervo só por pertencer-te.
Olhos que reflectem quem se ama,
Olhos que não me deixam mentir.
Olhos espelhos da nossa alma,
Olhos que meItálico fazem sorrir.
Sentir que me olhas e não me vês,
Sentir que me vês e não me olhas.
Pedir para afastar qualquer revés,
Fazer com que nos teus braços me acolhas.
Falo de um olhar sincero,
Um olhar que nos penetra.
Falo de uma vontade de te ver,
Um olhar tão puro que até desespera.
Podes até deixar de me olhar,
Só não deixes de me ver.
Vê-me com esses belos olhos,
Ou vê-me como tiver se ser.
Ver é muito mais que olhar,
E não está ao alcance de qualquer um.
Ver o teu amor escapar,
Faria de mim homem nenhum.
Eu olho-te e tento me rever em ti,
Faço tudo para que faça sentido.
Dava tudo para te ter aqui,
Tudo para te ter comigo.

To you...


O meu mundo,
O meu pensamento mais profundo.
A razão da minha existência,
A força para a minha resistência.
Ter uma razão para acordar,
E descansado poder dormir.
Roubar a Lua para te dar,
Apenas para te ver sorrir.
Ser alguém sem o ser,
Seria o mesmo de te ver e não te ter.
Olhar para ti e não te tocar,
Seria como ir ao Inferno e voltar.
Desceria ao Inferno se tivesse de ser,
Apenas para ao teu Mundo poder aceder.
Se a ultima gota de água tivesse de recusar,
Para apenas te ver feliz,
Assim o faria sem hesitar,
Amar-te, foi a melhor escolha que fiz.
Feiticeira, dona do Luar,
Dá sentido à vida deste pobre rapaz.
Agora que me mostraste o que é ter paz,
Nunca deixes de me amar.
Ninguém morre por amor,
Claro, que absurdo!
Mas se não lhe deres o devido valor,
Acabarás fraco e moribundo.
Aos teus pés me curvo minha rainha,
Aos teus encantos não resisto.
Pois sei que para sempre serás minha,
Nem que para isso finja que não existo.
Amar-te-ei sem hesitar,
Lutarei por ti até à exaustão.
Viverei apenas pare te amar,
Até que se me esgote o coração.

De volta...

Após longa ausência, João Silva e Ricardo Leite voltam a reencontrar o seu gosto pela escrita. Esperemos que não seja apenas um espasmo, mas sim uma convulsão prolongada cheio de vómitos de genialidade.
Aos nossos fans desde já pedimos desculpa e a promessa de tudo fazer para vos compensar... tudo mesmo...
Bem vamos lá então...

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Aprender para esquecer é a morte do saber

O saber é uma folha
que se sente repartida
que encaixa na minha vida
como uma página num livro

e dela faço questão de a cultivar
fazendo a crescer e até inovar
de tão bela que pode continuar
eu aprendo e sustento o meu olhar

duas belezas e dois tempos
uma na minha mão outra na mente
mas nem só de luz se faz o conhecimento
e a mesma cai e perde cor

e o mesmo me acontece
que apodreço e fecho o livro
a folha morre e não pensa
e eu não recordo o que aprendi


JOAO SILVA

domingo, 26 de setembro de 2010

Uma homenagem a bocage

Entre as tartáreas forjas, sempre acesas,
Jaz aos pés do tremendo, estígio nume ,
O carrancudo, o rábido Ciúme,
Ensanguentadas as corruptas presas.

Traçando o plano de cruéis empresas,
Fervendo em ondas de sulfúreo lume,
Vibra das fauces o letal cardume
De hórridos males, de hórridas tristezas.

Pelas terríveis Fúrias instigado,
Lá sai do Inferno, e para mim se avança
O negro monstro, de áspides toucado.

Olhos em brasa de revés me lança;
Oh dor! Oh raiva! Oh morte!... Ei-lo a meu lado
Ferrando as garras na vipérea trança.


BOCAGE

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Desgosto

Desgosto é saber que nao é por aqui que queremos caminhar
imaginava outro sitio, outro lugar
sempre pensei que tudo isto fosse mudar
mas o tempo continua a passar e passar
nada do que quis , tenho..
vulgarmente me olho ao espelho e quando olho fingo nao olhar
parece que tenho medo daquilo que posso encontrar
nao foi assim que me vi, mas foi assim que me tornei
um pouco de mim , talvez esteja perdido mais alem
do pouco que esqueci, hoje ainda me lembrei
que é feito de mim? de quem o bem eu tirei?

queria ser um dia para poder me prolongar
saltar a tarde , matar a noite e dia e dia para caminhar
ver de tudo saber de tudo e de tudo escolher o que ignorar
questionar me de pontos que hoje prefiro evitar
alguns aceito mesmo sem acreditar, outros nem me dou ao trabalho de pensar
é este o meu dia a dia sonhar o passado do futuro que nao chega
caminhar lado a lado, mas ver o passo ficar preso
ficar encurralado e ai me submeto
ao que nao quis mudar...ao que nao quis fugir
continuo a acreditar que um dia ...serei feliz

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Ha quem diga que os opostos atraiem se

Nao vale a pena falar para quem nao quer ouvir
para que uma estoria contar se essa mesma estoria te vai fazer dormir?
eu sei que estas a pensar, concentrada no que vais dizer a seguir
nao importa continuar, so ouves a tua mente, dizes que sim porque é conveniente
começas entao a falar, de outro tema completamente diferente
ves que agora estas a ganhar, estas radiante, contente
e por boa educaçao, eu ouço e comento
e tu do que falas? se nao de dor e tormento

damos uma volta pelas loucuras da vida
de voltas e voltas ficas tonta vomitas a comida
eu solenemente ajudo e faço de conta que nao aconteceu
ficas chateado insultas a mae do abreu
fazemo nos os dois a estrada, eu conduzo tu reclamas
que raio de estrada esta feita por entre lamas?!!
vou enconstar o carro, vamos descontrair
eu chego me para um lado ela foge para o outro sem sorrir
penso que é a brincar, mas nao é, ela esta a tentar fugir!!
digo lhe eu vamos acalmar, chega aqui ao papa
ela leva a mal, chapada na cara, pontape na perna,
vamos para a estrada que esta noite vai ser dela

a ver a casa ja de perto, invento um jogo pelo caminho
ela principiante vai vencendo e sorrindo, esta a correr bem
começo a ganhar, conheço bem este jogo
oh la se vai ela por a andar e pela viagem me deixa um soco
fico a sangrar, mas ao ve la partir
da me uma vontade de a abraçar, nao a quero deixar fugir
grito lhe um adeus, como quem mostra saudade
ela com um dedo responde me alto e com vaidade
virou costas e ja foi
talvez o amor da minha vida?
atrai me o oposto da razao
na esperança perdida

ha quem diga que os opostos se atraiem
sera essa a verdade da mentira?

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Parado no tempo

Sai para caminhar pela praia
bom tempo boa vida
ao longe vi um rapaz pouca cara , muito sofrida
cheguei apresentei me e ouvi falar
pouca voz , bem contida, senti uma dor feroz que permanecia escondida
perquntei que se passava, respondeu me é a vida

"era de madrugada, acordei sem perceber
virei me para um lado, depois para o outro e nao conseguia adormecer
fiquei a olhar para cima e parecia me ver o tecto ceder
comecei a perguntar como seria ter outra vida?
ou nao nascer?
as vezes sinto me desprotegido, parvoice minha talvez
nao sou muito contido, mas apesar de muito falar acho que nao sou entendido
preciso de estar e de ter quem saiba estar
preciso de falar e ouvir falar
de sentir uma boa aventura, uma breve mudança no ar
nao programada , pura, mas ai se calhar vou errar
vou quebrar regras, vou sentir um pouco o que esta para alem do limite
vou ser verme, vou ser irregular, vou ser um cao com gripe
doente mas a ladrar, tento sempre um maior prazer
cao que ladra nao morde, hum isso quero eu ver
nao posso deixar de achar que sempre estive so
mesmo quando estava acompanhado, é um estado de espirito nao sei
sempre me senti isolado
por entre sonhos, muitos que tive
e quando olho, nenhum concretizado
que levo eu disto? se nao um aproveitar do meu lado engraçado
rir fazer rir olha ali vai o parvo
antes isso que estupidez, que essa nao é premeditada
se o for nao é entendida, por isso é praticada pelos inadaptados
os inadaptados a ter uma vida pelo menos dignificada
preferia vender droga e ser feliz, seria rico teria tudo
talvez ate levasse um tiro no escuro
mas isso ate agora pode acontecer
ainda hoje me olhei ao espelho e praticamente nao sabia o que estava a ver
nao sabia se me achava bem ou se estava feio
emagreci , engordei? em que bixo eu me tornei, que nem me estou a reconhecer
foi ai que me lembrei, sou um ser na duvida do mesmo
e hoje quando me deitar, so peço para nao passar pelo mesmo

serei um ser regular? que apenas quebrou regras?
nada de especial, pega na ferramenta e volta a trabalhar
pedreiro demente que um dia sonhaste poder mudar
mente mas mente completamente porque na mente está o teu lugar

serei somente eu o unico ser a querer ser irregular»"

eu olhei para ele e disse "que achas que ando aqui a fazer sozinho?, um tempo bom como este e eu solitario? eu quis ser como tu e ve no que me tornei, hoje nao sou ninguem, continuo com os sonhos a meio e a vida que ja perdi nao volta, vou continuar assim pois nao sou guerreiro mas fingo de mes a mes uma revolta, digo que vai mudar mas nao muda, e agora quando olho para tras, nao vejo ninguem, fui abandonado nesta luta, que na verdade so eu criei, sonhar para alem do premitido nao é proibido mas é errado para quem, se julga concebido por Um deus que nao procura rei
no seu condando.
Adeus

O vicio da vida o caminho da morte e,,,

Do fim do vicio escrevo o inicio
perturbadora essencia de todo um mecanismo
da sede suportada e da fome controlada
do momento em que a morte é a mais aguardada
na insistencia de um acto de visivel fragilidade
so significativo para quem o entende como uma miragem
de complicada leitura o ser de fora que o ve
julga um pensamento muito mais forte que escrever
do belo ser criativo, chega a repetiçao sem saber
mas quando sabe ja é intuitivo, nao ha mais nada a fazer
Simples dizer que nao e continuar com o sim
inocentemente criando uma onda sem fuga
a morte chega mas perante outros
que fogem e nao entendem
talvez um perdido entre loucos
veja o fim bem mais breve
porem nao se pode apenas ficar a olhar
à que agir, à que lutar
À que haver, vontade de mudar
e de por entre as mortes se ergue uma vida
escolhe as tuas odds
fecha essa ferida
ainda tens uma hipotese
mergulha, mas sobe e...

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Sem Razao

Sem razao

perdir perdao por nascer neste mundo?
seria absurdo porem as vezes acontece
e quem ouve? ha um criador para toda esta existencia?
sera isto um acaso sem a menor decencia
pode ser, pode nao ser nao ha provas concretas
muitas teorias, falsos profetas
o fim do mundo esta a chegar e deve vir devagar
pelo tempo que esta a demorar
mas parece que desta vez é que é
ate tem uma logica concreta
mas, sem razao eu pergunto
o porque deste mundo?

Vive um dia preocupado com o seguinte
nem sabes se este é o ultimo para que pensas o que vai acontecer daqui a vinte?
e vale mesmo a pena uma vida de esforço e dedicaçao?
num trabalho que odeias numa fé que aceitas e nao concordas, num povo que nao tem perdao...
valera mesmo a pena ficar magoado com o passado?
nao tera ja sido isto escrito? ou ate um texto recuperado
a preocupaçao monetaria, profissional e de fé
faz muita gente passar por otaria
gente fina até

tem que haver um motivo
e se nao ha?
e se tudo for um acaso perfeito
como um golo mal rematado que entra direito
como um flop falhado que da um river infalivel
como um beijo estragado que no fim apaixona e ganha vida
sera entao tudo isto um texto que tenta ser poesia?
sera o fim da noite e a vanglorisaçao do dia?

sem razao
eu me comprometeria
acreditar em algo para nao acabar
porque se nao ha nada para que continuar?
fingir entao ser um ser com razao
para nao terminar já , este meu ponto de interregoçao.