quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

é complicado

Nem que me peças a chorar
ou faças do escuro uma iluminação
nem que eu te veja voar
vou te dar o meu perdão

sao tempos a mais a mentir
é mágoa que fica retida e sobrevive
e agora que o relogio continua a bater
eu continuo a lembrar e continua a doer

sinto saudade, custa a dormir
é um tempo morto, eu sei
mas gostava de o ter de voltar
e nao saberia te dizer que não

voltaria a dizer que sim
voltaria a errar
voltaria a falhar
mas, voltaria por ti

nao basta dizer
é preciso fazer, só que custa
é complicado
até o mais forte muro
acaba por quebrar à pancada mais forte

é um corpo que esta saudavel
mas a pouco e pouco se perde
até ficar nada
é o mar que fica sem a sua água
foi assim que eu fiquei sem ti
e quando a saudade aperta
eu lamento
e gostava que neste tempo
nao me sentisse assim

mas, mesmo que voltasses
e dissesses a tudo que sim
eu não te perdoaria
porque tu escreveste o fim

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

o rasgar da folha

Quando escrevo palavras, não quero aplausos
quando me deixo viajar nos pensamentos, não quero interrupções
quando falo, não quero distracções
o que faço quando nao quero confusoes?

sentar me ao lado da tua palavra, já não posso
pois vives a fugir do meu texto
queimar te a criatividade só seria possivel
com um beijo
o beijo da lingua

e ao falar neste país
procurando os outros que já cá estiveram
só me vejo a mim
a falar da lingua portuguesa, que os tais outros nao quiseram

e agora se fosse ontem
eu nunca acreditaria no hoje
porque quando escrevo uma palavra
tu apagas e rasgas a folha

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

é um terminar

É um terminar
por vezes passageiro
por vezes de leve chega aqui
por vezes sou eu que o faço pesar
e depois nao aguento a força que faz sobre mim

é um terminar
que me atinge neste momento
faz me parar de caminhar no tempo
e esquecer o que quis
sabendo que nao o vou ter

é um terminar
é um sitio abandonado por mim
que nunca o ocupei
apenas imaginava um dia
saber o que seria
ter, mas nao o sei

é um terminar
forçado pelo povo
que por alguma razao contra dizia
a unica fantasia que eu tinha
e que era só minha